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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mamãe, 87 anos de vida! Salve 31 de julho !

Uma rosa...um coração transpassado




Mamãe Iracema






Óleo sobre tela 120 X 80: meu pra ela




Mamãe, Dona Zenaide e Rafinha







Mamãe e Dona Zenaide, hoje fazem carteado no Céu...






Mamãe e Maria Elga, irmã







Óleo sobre tela 70 X 50 - De mim pra ela , num outro Dia das Mães






Ficou uma rosa... ofereço-a a você...






Mamãe, 87 anos de vida!



Nelson Antonio, escrevinhador poeta





" Minha mãe querida
Vem cantar com os filhos seus,
Hoje é o dia mais lindo da vida,
É o dia dos anos seus! "



( música simples feita para minha mamãe querida que completa 87 anos em 31 de julho)





Quando à tarde eu chegava em casa, cansado da lida diária, muitas vezes minha mãe estava à minha espera, sentadinha na copa da casa, e me pedia para tocar violão com ela. Aquilo fazia um bem danado pra nós dois pois me relaxava das tensões diárias e eu convivia com a infância / adolescência da minha mãe, saudosamente cantando juntos, em duetos de primeira e segunda voz, aquelas canções do arco-da-velha. Cancões muito antigas, grafadas num caderno amarelado pelo tempo e cheio de orelhas, que lhe falavam muito ao coração. Às vezes parávamos de cantar e mamãe recitava versos que meu pai, também músico-poeta, tinha deixado para ela antes dele falecer aos 33 anos de tuberculose pulmonar no Sanatório Imaculada Conceição, em Belo Horizonte!
Foi assim, com minha sonora mãe-canarinho, que eu aprendi a ser feliz nas pequenas coisas , como nas seis cordas de um violão que ela mesma me dera aos 15 anos, num Natal.
Mamãe adorava particularmente a dolente música " Melancolia " , que tinha que ser tocada uma dúzia de vezes pois eu sentia a emoção transbordando em sua voz , enrouquecida pelo maldito cigarro que , anos depois, a levaria de todos nós como a fumaça pelo vento.
Mamãe era imprevisivelmente uma mãe de atitudes inesperadas e maravilhosas: éramos sete filhos e uma enteada dela, quase da idade dela, que veio com o segundo casamento. Vez e outra , mamãe adentrava casa a dentro com uma sacola cheia de mangas madurinhas e apetitosas ( ubá, espada, coquinho, sapatinha, coração de boi...) e as esparramava entre nós, sentados e dispersos pelo chão, num festival gastronônimo que movimentava toda nossa casa a tarde toda, quebrando a monotonia do nosso dia-a-dia. Às vezes, eram abacaxis-pérola, enormes e madurinhos, docinhos como mel , vindos de Lagoa Santa, um para cada filho que se refestelava com a preciosa surpresa e o tamanho daquela fruta enorme só pra cada um. Também, baciadas de jabuticabas gordonas e enormes de Sabará.. que a gente colocava sobre as pernas e as ia engolindo , gulosamente, com casca e tudo...Cachos de bananas de todos os tipos, principalmente os de banana-ouro quando ela voltava das constantes viagens ao Rio de Janeiro ,com nosso segundo pai a trabalho, faziam a alegria de todos nós, criançada feliz. Doces, queijos, balas, biscoitos, bolos , pirulitos, sorvetes...mamãe sabia nos conquistar pela boca, como passarinha que leva minhoca graúda no bico para seus filhotinhos aninhados e famintos.Também, casacos e roupas coloridas que ela distribuía prazeirosamente, a cada um , muitas vezes saídos de sua própria máquina de tear , comprada com finalidades comerciais mas, num balanço final, pouco restando para vender aos interessados que ela escriturava em suas cadernetinhas de controle.
Ah minha mãe querida, poderia escrever vários tomos de livros sobre você na minha vida e de meus irmãos no carrocel da vida que girava conosco numa doce convivência familiar ! Você não era dessas mães beijoqueiras e que vivem abraçadas grudentas aos seus filhos mas tinha mil atitudes presentes e constantes de amor e carinho a todos nós, tocando-nos a alma diariamente.
Hoje, 31 de julho, você faz 87 anos. Estou aqui mamãe, cabisbaixo , de violão mudo na mão, balbuciando algumas daquelas canções que você me ensinou vida à fora. Estou sozinho , mamãe, abandonado de você que partiu há exatos 13 anos e 2 meses. Lembro-me que era um Dia das Mães, rosas pra todos os lados, em todas as esquinas , e nas minhas mãos que ia levá-las para você, internada há 132 dias no CTI do Mater Dei, com insuficiência respiratória enfisematosa e muitas outras complicações devido ao cigarro que a foi matando, impiedosamente , devagarinho, a cada baforada através de tantos e todos anos de sua vida adulta . Naquele domingo que estava festivo em todos os lares, quando cheguei ao Hospital, você já não estava lá e estava sendo prepararada para o seu velório no Bonfim. Aquelas rosas na minha mão, flores viçosas , jovens, perfumadas,muitas em botão, vermelhinhas como sangue, impregnavam meu corpo e minhas vestes de um aroma indefectível, doce e marcante. Abatido, mais tarde fui levá-las a você, minha mãe querida, com os olhos marejados de lágrimas, no velório mais triste que já marcou minha alma e eternizou-se em minhas recordações. Naquela espaçonave de madeira em que você partiria para sempre ao infinito , mamãe, você recebeu minhas flores aos seus pés, como se adorna uma santa num altar , e à tarde, quando um lusco - fusco invadiu aquele ambiente triste, vi plantarem você naquela terra vermelha, seca e sem vida, Mas na minha alma senti que você subia aos céus, gloriosa e triunfante, como quem tivesse o dever cumprido e recebi no coração uma chuva de pétalas das rosas que a cobriam . Ali, num cantinho do meu coração, placidamente adormecem suas saudades...
Parabéns, mamãe, pelos seus 87 anos de vida dentro de mim.Você é a coisa mais importante e bonita que já tive na vida. Tenho tantas saudades de você, mamãe, que sempre desejo estar o mais breve possível perto de você, ao seu lado, onde você estiver. A vida aqui sem você tá uma merda, mamãe! Insuportável de viver como sentir esta sua saudade bonita mas cheia de espinhos como rosas selvagens!
Com todo o Amor do meu coração, aguarde-me! Breve nos veremos e cantaremos tudo aquilo de novo !
Seu filho ,
Nelson Antonio








sábado, 16 de julho de 2011

Minha pequena viagem interior ao meu interior



















Minha pequena viagem interior ao meu interior

Compartilhando um lado meu... dar amor aos que necessitam !

Minha pequena viagem interior ao meu interior de todas as quartas :
quando chego é como se o sol estivesse timidamente entrando num mundo que é tão frio e tão escuro, tão cheio de vazios e de paradoxos pois seus envelhecidos habitantes têm todo o tempo do mundo e não têm todo o tempo do mundo talvez amanhã. Em cada pessoinha, amadurecida além da conta, vejo abrir-se um sorriso sem dentes, descarnado e um rosto cheio de rugas em corpos deformados pelo peso da idade ou pelas doenças que os envergam como tênues varas de bambu ao vento forte e constante da vida. Mas são sorrisos lindos, francos, saídos do fundo do coração de cada um deles, encantadores e que envolvem minha alma de uma ternura que eu jamais supuz ter. Há no ar aquele cheiro abafado de urina e fezes incontidas pelas fraldas geriátricas mas sinto-me no meio de um jardim de rosas perfumadas e em botão... como eles o são
Então, pego meu violão, acompanho-me de meu filho musical , também adoentadinho, e tento tecer um longo bordado musical de coisas antigas e que deem alento a eles todos . Em cada rosto sinto a satisfação de estarem sendo amados, numa visita a um tempo que pode não ter amanhã , nem para eles, nem para mim. É uma viagem de Amor... em que minha alma sai de dentro de mim e vai dormitar na alma dos meus pobres velhinhos indefesos. E pelo ar ecoa minha voz emocionada e terna a lhes cantar suavemente, num violão dolente, cantigas de Roda, de Amor, de Mãe, de Serestas, de Saudades e de força de vida para lhes dar ânimo para as horas futuras que não estarei ali . Dona Amélia nunca deixa faltar os seus balbucios , quase inaudíveis, da Amélia que tenho, compulsoriamente, de lhe cantar .
Quando saio, após uma hora musical, levando minhas partituras e violões, sinto no olhar deles aquele desespero de quem suplica para que eu e Rafa não partamos e fiquemos com eles mais algumas horas . Não posso interromper por muito tempo a rotina fisioterápica ou alimentar deles mas, como digo a eles , jamais deixarei de ir lá pois eles todos são meus amantes de todas as tardes de quartas quando eu me visto de humano e sinto a alma tão leve que acho que chega a Deus. Como alguns deles que vão, um a um, se despedindo de mim e da vida pois na outra semana fico sabendo que Dona Geraldina faleceu, seu Guilhermino não despertou da noite de sábado, Dona Iraildes Cantadeira partiu ontem sorrindo e cantando " No Céu com minha Mãe estarei...".
Engulo a lágrima que quer me saltar dos olhos e a escondo num sorriso dissimulado como tudo na vida dos que a vivem para si e não se distribuem ao outro ,sem saber que o Amor repartido se multiplica.
nelson antonio, apenas isto... um nelsantonio.

Hoje, como todas as quartas me proponho, de 14 às 15 horas, vou cantar nos Asilos de Beagá para dar um pouco de alegria aos que foram lá largados e abandonados pelas suas famílias.É um momento filantrópico meu para comigo mesmo. De uma certa maneira, estou em ambiente familiar pois cantava , até há poucos anos atrás, com meus avós e tias velhas até suas partidas , nossas coisas antigas onde sou imbatível pois tenho exatos 200 anos no coração envelhecido . Foi gratificante eu e Rafael Duarte, meu filho músico convalescente, fazermos dupla musical com o coro desajeitado e balbuciante mas divinal dos velhinhos, cheios de lágrimas saudosas nos olhos e muito enlevo. Serenata em pleno início da tarde ... novo plenilúnio na lua nova da vida deles.
Não me entendo muito bem neste aconhego aos mais velhos mas adoro saber-me útil a eles. Gravo tudinho da cantoria e estou aqui, escutando-nos, embevecido e maravilhado com os belos momentos e indeléveis que passei com eles. É uma música que sai diretamente da saudade para o coração de todos nós participantes.
Não troco uma velhinha daquelas, muitas com seus noventa e tantos anos e adoentadinhas , por nenhuma menininha bonitinha e das perninhas grossas. Porque nos mais velhos eu me identifico e ficamos em uníssonos de alma prazeirosamente . Preferível ao " uníssono corporal " que não chega à alma , exceto com quem eu amo... mas que me desdenha sempre. Doce castigo... talvez merecido.
Mando algumas fotos " mandáveis " , a maioria das fotos poderia expor os meus velhinhos queridos que tanto amo e tanto fazem bem a mim e ao Rafa. Se alguém quiser fazer-me Feliz fale-me bem de velhos e seus abandonos ... eu amá-la-ei!
Meu abreijo,
nelsantonio

PS - Se alguém quiser indicar-me asilos e casas de recolhimento de idosos eu ficar-lhe-ia muito grato. É uma coisa do meu coração que se reparte , gratuitamente , onde a maior paga é o ato em si. Sinto-me muito feliz, Rafa também, de doar um pouco do que temos musicalmente em qualidade para os que necessitam tanto de serem amados. Fiquem com Deus.
fone 9111-8477( telemóvel ) e 3332-139 ( escritório pessoal residencial)

Compartilhando um lado meu... dar amor aos que necessitam !

















Compartilhando um lado meu... dar amor aos que necessitam !

Hoje, como todas as quartas me proponho, de 14 às 15 horas, vou cantar nos Asilos de Beagá para dar um pouco de alegria aos que foram lá largados e abandonados pelas suas famílias.É um momento filantrópico meu para comigo mesmo. De uma certa maneira, estou em ambiente familiar pois cantava , até há poucos anos atrás, com meus avós e tias velhas até suas partidas , nossas coisas antigas onde sou imbatível pois tenho exatos 200 anos no coração envelhecido . Foi gratificante eu e Rafael Duarte, meu filho músico convalescente, fazermos dupla musical com o coro desajeitado e balbuciante mas divinal dos velhinhos, cheios de lágrimas saudosas nos olhos e muito enlevo. Serenata em pleno início da tarde ... novo plenilúnio na lua nova da vida deles.
Não me entendo muito bem neste aconhego aos mais velhos mas adoro saber-me útil a eles. Gravo tudinho da cantoria e estou aqui, escutando-nos, embevecido e maravilhado com os belos momentos e indeléveis que passei com eles. É uma música que sai diretamente da saudade para o coração de todos nós participantes.
Não troco uma velhinha daquelas, muitas com seus noventa e tantos anos e adoentadinhas , por nenhuma menininha bonitinha e das perninhas grossas. Porque nos mais velhos eu me identifico e ficamos em uníssonos de alma prazeirosamente . Preferível ao " uníssono corporal " que não chega à alma , exceto com quem eu amo... mas que me desdenha sempre. Doce castigo... talvez merecido.
Mando algumas fotos " mandáveis " , a maioria das fotos poderia expor os meus velhinhos queridos que tanto amo e tanto fazem bem a mim e ao Rafa. Se alguém quiser fazer-me Feliz fale-me bem de velhos e seus abandonos ... eu amá-la-ei!
Meu abreijo,
nelsantonio

PS - Se alguém quiser indicar-me asilos e casas de recolhimento de idosos eu ficar-lhe-ia muito grato. É uma coisa do meu coração que se reparte , gratuitamente , onde a maior paga é o ato em si. Sinto-me muito feliz, Rafa também, de doar um pouco do que temos musicalmente em qualidade para os que necessitam tanto de serem amados. Fiquem com Deus.
fone 9111-8477( telemóvel ) e 3332-139 ( escritório pessoal residencial)


Minha pequena viagem interior ao meu interior
Minha pequena viagem interior ao meu interior de todas as quartas :
quando chego é como se o sol estivesse timidamente entrando num mundo que é tão frio e tão escuro, tão cheio de vazios e de paradoxos pois seus envelhecidos habitantes têm todo o tempo do mundo e não têm todo o tempo do mundo talvez amanhã. Em cada pessoinha, amadurecida além da conta, vejo abrir-se um sorriso sem dentes, descarnado e um rosto cheio de rugas em corpos deformados pelo peso da idade ou pelas doenças que os envergam como tênues varas de bambu ao vento forte e constante da vida. Mas são sorrisos lindos, francos, saídos do fundo do coração de cada um deles, encantadores e que envolvem minha alma de uma ternura que eu jamais supuz ter. Há no ar aquele cheiro abafado de urina e fezes incontidas pelas fraldas geriátricas mas sinto-me no meio de um jardim de rosas perfumadas e em botão... como eles o são
Então, pego meu violão, acompanho-me de meu filho musical , também adoentadinho, e tento tecer um longo bordado musical de coisas antigas e que deem alento a eles todos . Em cada rosto sinto a satisfação de estarem sendo amados, numa visita a um tempo que pode não ter amanhã , nem para eles, nem para mim. É uma viagem de Amor... em que minha alma sai de dentro de mim e vai dormitar na alma dos meus pobres velhinhos indefesos. E pelo ar ecoa minha voz emocionada e terna a lhes cantar suavemente, num violão dolente, cantigas de Roda, de Amor, de Mãe, de Serestas, de Saudades e de força de vida para lhes dar ânimo para as horas futuras que não estarei ali . Dona Amélia nunca deixa faltar os seus balbucios , quase inaudíveis, da Amélia que tenho, compulsoriamente, de lhe cantar .
Quando saio, após uma hora musical, levando minhas partituras e violões, sinto no olhar deles aquele desespero de quem suplica para que eu e Rafa não partamos e fiquemos com eles mais algumas horas . Não posso interromper por muito tempo a rotina fisioterápica ou alimentar deles mas, como digo a eles , jamais deixarei de ir lá pois eles todos são meus amantes de todas as tardes de quartas quando eu me visto de humano e sinto a alma tão leve que acho que chega a Deus. Como alguns deles que vão, um a um, se despedindo de mim e da vida pois na outra semana fico sabendo que Dona Geraldina faleceu, seu Guilhermino não despertou da noite de sábado, Dona Iraildes Cantadeira partiu ontem sorrindo e cantando " No Céu com minha Mãe estarei...".
Engulo a lágrima que quer me saltar dos olhos e a escondo num sorriso dissimulado como tudo na vida dos que a vivem para si e não se distribuem ao outro ,sem saber que o Amor repartido se multiplica.
nelson antonio, apenas isto... um nelsantonio.