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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

MEDICINAL -Não beije ou toque o rosto de criancinhas, se vc é herpético ativo







Bebê que teve o rosto 'comido' pelo herpes serve de alerta para os riscos de beijar e tocar crianças pequenas

A menina britânica de 3 anos sofreu com a ação do vírus após, supostamente, ter sido infectada por um parente que a beijou; entenda!















Sienna Duffield, de 3 anos, passou por um tratamento de 8 meses após sofrer com os ferimentos causados pelo herpes, que pode ter sido transmitido por um adulto que a beijou no rosto (foto: Mirror.co.uk/Reprodução)


É muito comum vermos pessoas adultas com uma pequena ferida na região dos lábios, provocada pelo vírus do herpes, mas, provavelmente, você nunca imaginou que essa doença pudesse afetar uma criança. Por isso, um caso ocorrido na Inglaterra está chamando a atenção.

A pequena Sienna Duffield, de apenas 3 anos de idade, teve o rosto quase totalmente tomado por lesões causadas pelo herpes e precisou passar por um tratamento que durou oito meses, até conseguir se curar. O caso, que ocorreu no final do ano passado, foi relatado ao tabloide britânico The Daily Mirror, por Savina French-Bell, mãe da menina, que revelou ainda as feridas eram tão graves que os lençóis sobre os quais sua filha dormia amanheciam sujos de sangue e secreção.

Savina contou ao periódico que os primeiros sinais da doença começaram a surgir após a visita de um familiar que teria beijado a menina no rosto. Imaginando que essa era a 'causa' para a instalação da infecção, a mãe de Sienna fez questão de alertar os pais de todo o mundo sobre os cuidados ao receber visitas de parentes e amigos quando se tem uma criança pequena em casa.

Entenda os riscos

Segundo a dermatologista Ana Cláudia Soares, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de Minas Gerais (SBD-MG), qualquer pessoa doente – independentemente de ter herpes – deve evitar se aproximar de bebês e crianças pequenas. Ela explica que, além das visitas, os pais também devem ter atenção redobrada com as crianças, principalmente os bebês, para que não ocorram casos de infecção. "Os pais e mães devem sempre lavar bem as mãos antes de tocar em suas crianças. Os visitantes precisam fazer o mesmo, porém, para estas pessoas, é recomendado não tocar nem beijar os bebês", recomenda a especialista.

Ainda de acordo com a dermatologista, essas ações de precaução devem ser feitas porque as crianças pequenas possuem um sistema imunológico em formação, ou seja, fragilizado. Logo, são mais suscetíveis a infecções por vírus e bactérias. Ana Cláudia Soares ressalta que os pais devem estar sempre atentos a qualquer marca diferente que aparecer na pele dos filhos pequenos. "Quando surgem lesões inflamatórias na pele, o cuidado deve ser muito grande, porque, nos bebês e crianças, o vírus pode se disseminar mais rapidamente e desenvolver um quadro extenso e grave", esclarece a presidente da SBD-MG.

Herpes

No caso do vírus do herpes, como o que infectou a menina britânica Sienna Duffield, a especialista afirma que o risco é maior quando se trata de crianças. "Devemos lembrar que, um ou dois dias antes de surgirem os primeiros sinais do herpes, a pessoa infectada já pode transmitir o vírus, principalmente por ainda não saber que está doente", alerta Ana Cláudia Soares.

Quando a pessoa já sabe que está infectada e possui lesões aparentes, o risco de transmissão da doença só termina quando as feridas desaparecerem totalmente, de acordo com a especialista. Ela destaca, também, outra questão importante: "Vale lembrar que não é só o beijo que transmite o herpes. A saliva e o toque também podem causar infecção pelo vírus"

Fonte - Revista Encontro- jan/ 2017.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

MEDICINA -Novo medicamento, a lisina, um aminoácido promete reduzir repetição das infecções por herpes labial



Novo medicamento, a lisina, um aminoácido  promete reduzir repetição das infecções por herpes labial

Apenas 10% das pessoas no mundo estão livres de carregar vírus do herpes labial. As demais podem, ou não, manifestar a doença, que não tem cura








A doença é muito mais comum do que se imagina. As estatísticas apontam que pelo menos 90% das pessoas têm o vírus HSV-1 incubado. Em alguns, eles seguem silenciosos. Em outros, se manifestam em forma de herpes labial. São lesões na boca que provocam dores, desconforto e problemas de autoestima. Se o mal é grave, pode até deformar a fisionomia. Pela facilidade de transmissão e a ausência de um medicamento que destrua definitivamente o vírus, a doença merece atenção.

Uma vez infectado, o paciente terá que conviver com o causador do herpes para sempre. O cuidado deve ser preventivo, para evitar que a doença não volte a se manifestar. Há pacientes que relatam que enfrentam até seis episódios da doença por ano, o que leva a incômodo e a constrangimento social.

Além das medicações antivirais já disponíveis, acaba de ser aprovado pela Anvisa uma droga oral que é um aminoácido, a lisina, cuja função é impedir a ação de outro aminoácido, a arginina. Esse último seria facilitador da replicação do vírus, aumentando o risco de recidiva da doença. Entenda como se prevenir e tratar esse mal.
Fonte:  Gláucia Chaves - Revista do CB Publicação:10/12/2015

MEDICINA -Entenda a diferença entre herpes labial, genital e zóster







De 20% a 40% da população mundial tem herpes labial reincidiva, para a qual há nova opção de tratamento (Divulgação)

Entenda a diferença entre herpes labial, genital e zóster

Nova opção de tratamento previne a doença na boca, diminui a recidiva e cicatriza as lesões cutâneas

De 20% a 40% da população mundial tem herpes labial reincidiva, para a qual há nova opção de tratamento

Herpes quase sempre nos lembra as pequenas bolhas em torno dos lábios que incomodam pela vermelhidão, ardência e coceira. E pelo constrangimento. Mas esse é apenas um dos tipos da doença, causada por um vírus que parece banal, mas pode evoluir se não tratada. Apesar do nome comum, há grande diferença entre o herpes simples, que forma vesículas na região labial ou genital, e o herpes zóster.

Segundo o dermatologista Walmar Roncalli de Oliveira, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP), o herpes labial, genital e zóster são provocados por uma classe de vírus chamada herpes vírus humanos (HSV), mas apesar de apresentarem mecanismos de ação semelhantes, eles guardam diferenças clínicas importantes. O herpes simples tipo 1 está associado, principalmente, ao herpes labial, da mucosa oral e da face. Já o herpes simples tipo 2 está mais ligado ao herpes genital.

Entretanto, há casos de herpes labial associado ao herpes simples tipo 2 e vice-versa. Já o herpes zóster é uma doença mais grave, sem relação com o herpes simples, sendo provocada pelo vírus Varicella zoster, o mesmo da catapora.




HERPES LABIAL
É alta a incidência de herpes labial. Segundo Roncalli, de 20% a 40% da população mundial apresenta herpes labial recidivante e alguns doentes podem apresentar vários surtos de infecções durante o ano. “Acredita-se que 90% dos adultos apresentem sorologia positiva para o herpes simples tipo 1 (HSV-1)”, alerta.

O baixo nível socioeconômico está associado à alta prevalência da doença. Outros fatores de risco são ser do sexo feminino, ter idade avançada e apresentar infecções frequentes do trato respiratório superior e doenças sistêmicas que diminuem a quantidade de linfócitos, as células de defesa do organismo. A primeira infecção pelo HSV-1 é mais comum em crianças e adultos jovens, mas o herpes labial recidivante atinge mais adultos. Diversos fatores podem desencadear uma crise de herpes labial. As vesículas podem aparecer depois de um trauma local, exposição solar intensa, febre, infecções do trato respiratório superior, período pré-menstrual, estresse psicológico, cirurgias odontológicas e procedimentos dermatológicos estéticos, como laser e dermoabrasão.

 “O mecanismo exato que determina essa reativação é desconhecido, porém é frequentemente associado à diminuição da resposta imunológica. Muitos casos de reativação viral, entretanto, não são associados a nenhum fator desencadeante”, explica o médico do HC/FMUSP. O estresse emocional e físico pode desencadear crises de herpes labial e genital porque provoca diminuição da resposta imunológica do doente portador da infecção, facilitando a reativação do vírus. “A pessoa deve evitar a automedicação por causa dos prováveis efeitos colaterais dos medicamentos, devendo sempre procurar o dermatologista para receber orientação”, alerta Walmar Roncalli.

Nos doentes que já apresentam a infecção, a crise pode ser evitada por meio do tratamento profilático com drogas antivirais como o aciclovir, famciclovir e valaciclovir. “Recentemente, foi lançado no Brasil o Resist, medicamento baseado no aminoácido lisina, com importante ação profilática no controle dos surtos de herpes labial e poucos efeitos colaterais”, adianta. O tratamento visa evitar a replicação do vírus e, assim, diminuir o tempo e a gravidade do surto, uma vez que ainda não existe medicamento que efetivamente destrua o vírus do herpes simples. É importante tratar porque em casos extremos o herpes pode comprometer o sistema nervoso central. As lesões também podem sofrer infecções bacterianas secundárias, agravando o quadro.

A prevenção, por outro lado, é difícil, não só pela altíssima prevalência. “Muitas pessoas têm infecção sem desenvolver lesões na pele ou mucosas. Esses são os chamados portadores assintomáticos, doentes que eliminam, frequentemente, grande quantidade de partículas virais na ausência de lesões clínicas, podendo infectar outras pessoas por meio do beijo, sexo oral ou compartilhamento de copo e talheres”, alerta o especialista.

HERPES GENITAL Pequenas alterações genéticas diferenciam o vírus que causa o herpes genital daquele que provoca o labial. Segundo Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, os vírus do herpes são, inclusive, de famílias diferentes. A incidência do vírus causador do herpes genital muda de um lugar para o outro. Onde há menos educação para o sexo seguro e baixa noção de higiene, ele está mais presente. Há pessoas que não manifestam os sintomas e outras que têm crises recorrentes, com a formação de lesões bem características nos genitais. Um exame de sangue é capaz de identificar quem está infectado pelo vírus, mesmo quando não há sintomas. A transmissão pode ocorrer no sexo oral, anal, na penetração vaginal, principalmente se o sexo for feito sem preservativo. Segundo Estevão, as lesões em que a quantidade de vírus é muito grande facilitam a transmissão. Mas o vírus não está apenas nas lesões, pode estar presente também nas secreções genitais. Gestantes portadoras de herpes genital podem contaminar o recém-nascido durante o parto, determinando sequelas neurológicas e oftalmológicas extremamente graves, às vezes irreversíveis.

HERPES ZóSTER
Mais comum entre idosos, o herpes zóster é uma consequência tardia da catapora, já que é causado pelo menos vírus. Segundo João Bastos Freire Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o Varicela zoster continua adormecido em nosso organismo, estável, próximo à região dos gânglios do sistema nervoso. “A partir dos 50 anos, o organismo passa por um processo chamado imunossenescência, que é o envelhecimento do sistema imunológico. Algumas funções se perdem nesse processo, uma delas a de manter a vigilância sobre o vírus, que corre o risco de ser reativado”, explica. Quando isso ocorre, o vírus causa uma lesão de pele, de aspecto linear, já que segue o trajeto do nervo. “É uma lesão avermelhada, com vesículas e uma dor muito forte, já que o que dói é o nervo, e não as lesões”, explica. O herpes zóster tem mais efeito sobre a qualidade de vida porque pode evoluir para dor crônica, mas se um nervo mais importante for atingido, como o nervo óptico, as complicações podem levar à perda da visão. No ano passado, foi lançada vacina que diminui o risco de herpes zóster em até 60%. Também pode diminuir em até 70% a evolução pra dor crônica. “A população pode se vacinar a partir dos 50 anos, mas principalmente depois dos 60. Um em cada três idosos pode ter herpes zóster”, alerta o geriatra.

Novo tratamento
Ainda não há cura definitiva para o herpes labial, mas é possível controlar a doença. Pacientes com crises recorrentes ou severas podem recorrer às drogas antivirais para inibir a replicação do vírus e, assim, diminuir o tempo e a intensidade da infecção. Porém, os medicamentos anti-herpéticos têm uma ação limitada no controle das recidivas e o uso frequente pode determinar casos de resistência viral.

O mais novo deles, o cloridrato de lisina, por outro lado, pode ser administrado de forma regular, prolongada e segura pelo fato de o aminoácido estar presente em nossa alimentação, sendo seguro em doses diárias de até 20 vezes as quantias de suplementação diária. “Isso permite usar a lisina com segurança nas infecções, com administração por longos períodos na profilaxia das infecções recidivantes”, explica o dermatologista Walmar Roncalli, do HC/FMUSP.

De acordo com o dermatologista, o medicamento tem resultados importantes quando administrado durante o curso do herpes labial recorrente, mas deve ser ministrado precocemente, no início dos primeiros sintomas, e também de maneira preventiva. “Por apresentar mecanismo de ação supressivo da replicação viral, ele é empregado, principalmente, de forma profilática, diminuindo a frequência das recidivas.”
FONTE - Carolina Cotta - Estado de Minas Publicação:11/12/2015 11:48


MEDICINA -Entenda por que o 'viagra feminino' não vai solucionar os problemas sexuais das mulheres




Entenda por que o 'viagra feminino' não vai solucionar os problemas sexuais das mulheres
A flibanserina foi aprovada pela Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, com a promessa de aumentar o desejo sexual, mas a falta de libido tem inúmeras causas e pode ser sintoma de uma série de doenças


Saiba mais...
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Por si só, a falta de desejo sexual não é considerada nem pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e nem pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) da Associação de Psiquiatria Americana (APA) uma anormalidade. A questão só passa a ser considerada um problema a partir do momento em que a pessoa nessa condição sofre. Assim, se a mulher se sente angustiada pela falta de desejo sexual ela pode (e deve) procurar uma solução, que nem sempre estará associada a um medicamento. A aprovação da flibanserina pela Food and Drugs Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, traz essa discussão para o espaço público na medida em que a substância chega ao mercado norte-americano com a promessa de aumentar o desejo sexual.

Professora da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP, Carmita Abdo afirma que a chegada da flibanserina ao mercado norte-americano é um fato positivo. “Sem entrar no mérito de a substância ser boa ou não, é a primeira vez que um órgão regulador aprova um medicamento para que as mulheres melhorem a sua função sexual. Rompe-se uma barreira de considerar a necessidade feminina e, junto com essa aprovação, temos uma mudança de paradigma”, pontua.

Sexólogo e membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMG), Gerson Lopes diz que o víeis machista persiste nas pesquisas que são desenvolvidas em relação à saúde da mulher. “Temos muitos trabalhos quando pensamos em reprodução feminina, temos muitos trabalhos quando nos referimos ao prazer masculino, mas não vemos o mesmo interesse em se pesquisar o prazer da mulher”, reforça.

Dentro dessa perspectiva, os especialistas consideram a notícia um fato positivo, mas quando pensam na eficácia e efeitos colaterais da substância em si são mais cautelosos. O medicamento que exige prescrição e acompanhamento médico foi desenvolvido para mulheres na fase da pré-menopausa que relatam a persistência da falta de desejo sexual.

Para Carmita Abdo, entretanto, não é toda mulher com falta de libido que se beneficiará dos efeitos da droga no organismo. “Às vezes a falta de desejo é sintoma de outros problemas como deficiência hormonal, conflito relacional sério, casamento desgastado ou depressão. Não será um remédio que vai resolver nesses casos. O problema anterior é que precisa ser combatido”, explica.

Ao contrário da classe de medicamentos pró-erétil - popularmente conhecidos como Viagra - que atuam perifericamente apenas nos órgãos sexuais, a flibanserina tem ação no sistema nervoso central modificando a concentração de neurotransmisssores no corpo. Os efeitos colaterais incluem desmaios, diminuição da pressão arterial, sonolência, náuseas e tonturas. Além disso, não deve ser associado ao consumo de álcool. A atenção médica é imprescindível no caso do uso dessa substância pelas mulheres.

O sexólogo Gerson Lopes rechaça a expressão que o medicamento ganhou no Brasil. Para ele, o nome ‘viagra feminino’ não reflete a diferença que é preciso ser estabelecida entre os medicamentos. Para ele, a efetividade da flibanserina é algo que se provará na prática com a sua comercialização. “Não é uma droga mágica e não chega aos pés das drogas desenvolvidas para ajudar na ereção do homem e que representam uma verdadeira revolução masculina”, pondera.

Um teste clínico feito com a flibanserina mostrou que as mulheres que fizeram uso do medicamento afirmaram ter tido, em média, 4,4 experiências sexuais satisfatórias em um mês. Já o grupo que consumiu o placebo, relatou 3,7 experiências sexuais satisfatórias.

Outra diferença em relação ao Viagra é que não basta tomar um comprimido. O efeito só é percebido com o uso continuado e após algumas semanas de consumo diário.

Carmita Abdo não acredita que a flibanserina vá mudar a experiência sexual das mulheres por si só, mas, para ela, a entrada do medicamento ao mercado é um acontecimento que vai proporcionar à mulher mais informação sobre a própria sexualidade. “Vamos ter mais informação, menos tabu e mais conceitos baseados em evidência científica do que é a sexualidade feminina, quais são seus bloqueios e quais as possibilidades para superá-los”, diz.

Preparo médico
A coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP defende que a formação médica deve incluir a disciplina de medicina sexual. “As escolas devem preparar os alunos para essa nova era para que as medicações que tratam as disfunções sexuais sejam administradas de forma correta com todo o arsenal de conhecimento disponível sobre o tema”, pontua. No caso dos profissionais que já se formaram, é hora de reciclar os conhecimento. “Digo e repito: a resolução das questões sexuais das mulheres envolve aspectos biopsicosociocultural”, reforça.

Para ela, o tratamento das dificuldades sexuais exige recursos dos mais diversos que incluem melhores hábitos de vida, exercícios físicos regulares, dormir o quanto a pessoa tem necessidade, evitar bebidas alcoólicas, conseguir administrar bem o estresse diário. “Doenças relacionadas ao sistema reprodutor e todas aquelas que afetam a oferta de sangue para os genitais, como a hipertensão, influenciam a libido. Depressão e ansiedade são também inimigas do desejo sexual”, reforça.

Descoberta acidental
A ação da flibanserina no desejo sexual foi descoberta, assim como ocorreu com Viagra, acidentalmente. A empresa Boehringer Ingelheim pesquisava a molécula para atuar como um antidepressivo e as mulheres que usaram o medicamento relataram um aumento no desejo sexual. Em 2010, a corporação tentou a aprovação na FDA, que foi negada.

Em seguida, a Sprout comprou a fórmula que, em 2013, também foi rejeitada pela agência dos EUA. As especulações em relação à aprovação que ocorreu em 18 de agosto se dividem entre os que acreditam que o ativismo feminino pressionou a agência reguladora e aqueles que afirmam que a farmacêutica teria pagado custos de entidades que defendem o direito das mulheres e do consumidor.

No Brasil
A flibanserina chega ao mercado norte-americano com o nome comercial Addyi. Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não poder divulgar se o pedido de registro já foi feito no Brasil, já que o procedimento é sigiloso, a expectativa é de que o aval da FDA seja um facilitador para a entrada da droga no país.

O órgão explica que se um medicamento não está no mercado brasileiro os motivos são:

1. Nenhum pedido de registro foi apresentado à Anvisa
2. O produto não comprovou eficácia e segurança e por isso o pedido foi indeferido
3. A substância faz parte de uma lista de produtos banidos por falta de segurança ou proibição legal (exemplo: anfetamínicos, LSD, etc)
4. O medicamento ainda está em análise na Anvisa.
5. O produto ainda está em fase de pesquisa.

 FONTE : Valéria Mendes - Saúde Plena

MEDICINA - Depressão na velhice não é normal e pode agravar outras enfermidades

 DOENÇA MENTAL »

Depressão na velhice não é normal e pode agravar outras enfermidades

Para evitar o problema, é importante se manter ativo socialmente, produtivo e cuidar da saúde em geral. Falta de tratamento aumenta o risco de demência, Doença de Alzheimer, problemas cardiovasculares e diabetes





Idosa se exercita em aparelhos públicos em Copacabana, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes / Reuters / 18/10/11)
Idosa se exercita em aparelhos públicos em Copacabana, no Rio de Janeiro
O saudoso compositor, cantor e instrumentista de samba carioca Jair Araújo da Costa, o Jair do Cavaquinho, traduziu, como somente os poetas conseguem, em sua música Cabelos brancos, um sentimento comum das pessoas ao envelhecer: “Quando os cabelos brancos em silêncio dizem mais/O corpo já não tem aquela mesma agilidade/O rosto já marcado se revela no espelho/Você está mais velho/As mulheres já não têm aquele mesmo interesse/Em teus sonhos só saudades/Alguns velhos endereços/Outros tantos esquecidos/É a vida que anoitece/Você está mais velho”.

Encarar o processo de envelhecimento pode não ser fácil. Se levarmos em conta aspectos culturais do país e preconceitos arraigados na compreensão da população, pode ser ainda mais difícil. Sinais de problemas de saúde física ou mental que, na população mais jovem, ligariam um sinal de alerta e buscariam por tratamento não têm a devida atenção quando surgem nos mais velhos.

Nesse cenário, a depressão, doença psiquiátrica que atinge 10,4% da população brasileira, de acordo com dados de 2013 da Organização Mundial da Saúde (OMS), aparece, perigosamente, como algo 'natural' quando aflige a parcela mais velha da sociedade. “Depressão no idoso é muito comum, mas não é diferente do que na população de outras faixas etárias. Não é decorrente do processo de envelhecimento e esse é um grande problema quando abordamos o tema. Todos costumam ter essa percepção de que, se a pessoa chega a uma idade mais avançada, ela ficar deprimida é normal. Isso não é verdade”, observa Breno Satler, professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenador do Laboratório de Investigações em Neurociência Clínica (Linc).

CARACTERÍSTICAS Tristeza profunda, falta de interesse, incapacidade de sentir prazer, sentimento de culpa e baixa autoestima, distúrbios de sono ou apetite, cansaço e concentração baixa são, segundo a OMS, as principais características dessa doença psiquiátrica. De longa duração ou recorrente, a depressão traz prejuízo ao indivíduo, atrapalhando o trabalho, estudos ou o andamento da vida da pessoa. Semelhantes à expectativa cultural que existe sobre o comportamento dos idosos, vários sintomas do problema são ignorados. Além da evolução do quadro depressivo, aumentam as chances de outras doenças graves. E isso afeta, e muito, a população mais velha.

“A sociedade tem essa visão de que, ao envelhecer, é preciso se deslocar de sua função de provedor, de pessoa útil e produtiva, assim como o idoso, muitas vezes, se coloca nessa posição. Isso faz com que as pessoas não busquem ajuda, mesmo com quadros depressivos graves. As consequências são extremamente nefastas e deletérias à saúde do idoso. Aumenta o risco de demência, da doença de Alzheimer, de problemas cardiovasculares, de controle do diabetes.”

O médico esclarece que os sinais da doença são os mesmos em todas as idades. As mulheres são mais propensas à depressão que os homens, e isso também não se altera na parcela mais velha da população. “O idoso, por uma característica própria do seu quadro, fala menos para as pessoas que está triste, para baixo. Mas ele vai se queixar mais que está desanimado, indisposto, está cansado, fatigado. Começa a fazer alguma coisa, logo já não se sente tão bem e, então, interrompe. Vai estar mais afastado dos relacionamentos interpessoais, dos afetivos, da família.”

Com a característica de se queixar menos da tristeza, é muito importante prestar atenção a outros sinais apresentados pelos idosos, como começar a se queixar mais da rotina, a se afastar de atividades que antes eram prazerosas, reclamar de dores inespecíficas, problemas de sono e de memória. Até o movimento mais lento pode ser um alerta da depressão.

BUSCAR AJUDA Satler indica que o importante ao identificar um quadro depressivo é procurar um médico. “Um psiquiatra, um geriatra. Porque pode estar relacionado a várias doenças clínicas, como o hipotireoidismo, insuficiência cardíaca, quadros demenciais incipientes. É preciso uma avaliação completa, muito bem feita, por um bom profissional. E, mesmo que o paciente esteja deprimido, ele pode ter outros problemas, que também são importantes, mas que acabam não sendo valorizados, porque, supostamente, se identificou um quadro depressivo”, completa.

Muitas vezes, o tratamento farmacológico nem é necessário. E o fundamental continua ser buscar uma psicoterapia. As duas estratégias, combinadas, podem ser eficazes em casos mais graves. Mas o melhor remédio continua a ser a prevenção e os cuidados com a saúde em geral.

“Depressão é uma doença que afeta a nossa alma, o nosso corpo. O mais importante é se manter ativo socialmente, na família. Continuar produtivo, trabalhando. É essencial acompanhar a saúde cardiovascular. No sentido de se tomar cuidado com a saúde, não tem nada de diferente entre o jovem e o idoso”, conclui Satler.

BEM-ESTAR Projetos de extensão de várias faculdades de Belo Horizonte oferecem cursos para idosos, com o objetivo de promover o bem-estar mental, físico e social dessa parcela da população. Um dos exemplos é a Escola da Maturidade, do Centro Universitário UNI-BH. Aulas como espiritualidade, gastronomia, canto, dança e pilates são oferecidas todos os semestres. Para a Coordenadora de Extensão Universitária e da Escola da Maturidade do UNI-BH, Luciana Freitas Aguiar, essa oportunidade é muito importante para os idosos, que contam com um trabalho de socialização e profissionais capacitados.

“Conhecimento não tem idade. Não se pode parar de exercitar o cérebro. Quanto mais ativo, menos chance de se ter algum problema degenerativo. E sempre é hora de começar”, aponta Aguiar. Além do UNI-BH, a Fumec e o Centro Universitário Estácio têm programas para idosos. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também conta com um projeto de educação física para idosos.

PARA NÃO FICAR PARADO

» UNI-BH
ESCOLA DA MATURIDADE
Informações:
(31) 3319-9500
unibh.br/extensao/escola-da-maturidade

» FUMEC
ESCOLA DA TERCEIRA IDADE
Informações:
(31) 3228-3103
http://www.fumec.br/servicos/sociedade/escola-da-terceira-idade/

» CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
PROGRAMA DA MATURIDADE
NA FACULDADE
Informações:
(31) 3298-5257/3298-5260

» UFMG
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A TERCEIRA IDADE
Informações:
(31) 3409-7440/3409-2314

 Fonte : Gustavo Perucci - Estado de Minas Publicação:07/12/2015 14:00Atualização:06/12/2015 10:02

sábado, 15 de agosto de 2015

MEDICINA - GINÁSTICA EFICIENTE CONTRA O RONCO

Técnica consiste em uma série de exercícios para fortalecer os músculos envolvidos na produção do ronco e na apneia obstrutiva do sono. Facilidade de realização garante adesão do paciente ao tratamento

 

Estudos estimam que 54% da população adulta ronque, às vezes ou frequentemente. O barulho causado pela vibração dos tecidos da faringe com a passagem do ar é fonte de piadas e até de crises conjugais, mas é principalmente um alerta para algo que vai muito além do incômodo. O ronco pode ser um dos sinais de um problema ainda mais grave: a apneia obstrutiva do sono, fator de risco importante para as doenças cardiovasculares. Para cuidar da apneia grave, havia um tratamento bem estabelecido, com uso do CPAP, um aparelho que promove uma pressão positiva contínua na via aérea. Os pacientes com apneia intermediária e leve, contudo, e aqueles que incomodam com o ronco, não dispunham de um tratamento estabelecido até o desenvolvimento dessa espécie de “ginástica da garganta”.

A técnica pioneira foi desenvolvida pelo Laboratório do Sono do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/Fmusp). O tratamento é uma série de seis exercícios para fortalecer os músculos envolvidos, direta ou indiretamente, na produção do ronco e na apneia obstrutiva do sono. Com duração de oito minutos, eles devem ser realizados três vezes ao dia e, para facilitar ainda mais a adesão do paciente ao tratamento, sempre incorporados às atividades rotineiras, como se alimentar, escovar os dentes ou no percurso para o trabalho, por exemplo. Sua efetividade, contudo, depende da orientação de um fonoaudiólogo especializado em motricidade orofacial, área da fonoaudiologia de onde os exercícios se originaram.

“Embora seja de fácil execução e não tenha qualquer contraindicação, os exercícios devem ser prescritos, orientados e acompanhados por profissionais especializados”, reforça a fonoaudióloga especialista em motricidade orofacial Vanessa Ieto, autora do estudo que resultou na nova técnica. Essa medida é necessária para que os desvios na execução dos exercícios sejam diagnosticados e corrigidos ao longo do tratamento. “Ao fazer o movimento errado, seja por um milímetro, serão trabalhados músculos que nada têm a ver com a cessação do ronco”, explica a doutora em ciências e pesquisadora do Incor. Se as pessoas tentarem reproduzir o exercício em casa, sem a orientação do especialista, não serão capazes de fazer a carga e a força necessárias e, se não fizerem direito, não vão chegar aos resultados.

Segundo Vanessa, para manter os benefícios, o paciente não pode parar com os exercícios, mas depois de um período, o tratamento entra em fase de manutenção. Em média, a fase inicial dura três meses. Nesse período, o fonoaudiólogo deve ver o paciente pelo menos uma vez por semana para mudar a carga dos exercícios. A série leva cerca de oito minutos para ser realizada e deve ser feita três vezes ao dia. “O número de repetições, se o exercício será fraco ou forte, vai depender da frequência do treino em casa”, explica.

INOVAÇÃO

Os tratamentos para ronco incluem cirurgias para desobstrução das vias aéreas superiores, implantes no palato, dispositivos intraorais e orientações para perda de peso e mudança postural. A nova técnica avança no acesso, já que são exercícios possíveis de serem realizados nas atividades do dia a dia. Em 2009, o próprio Incor desenvolveu uma série de 12 exercícios. A nova técnica é evolução dessa, já que a partir da simplificação do método ele se torna mais fácil de ser assimilado e seguido. “Até hoje não havia registro científico de um tratamento que combinasse eficácia nos resultados e facilidade para a adesão do paciente à terapia”, afirma Geraldo Lorenzi Filho, pneumologista e diretor do Laboratório do Sono, que orientou a pesquisa de desenvolvimento da técnica antirronco do Incor.

Mas o grande avanço foi o desenvolvimento de um aparelho capaz de mensurar o ronco. Segundo Lorenzi, isso foi fundamental para a simplificação da técnica original. Desenvolvido em parceria com o Instituto de Física da USP, o aparelho de registro contínuo do ronco grava os sons concomitantemente à polissonografia e, por meio de um software, analisa e registra a intensidade e a frequência do ronco. “Antes disso, não tínhamos como medir o ronco de forma objetiva e, portanto, era impossível avaliar também a sua melhora por meio dos exercícios”, explica. Os pacientes estudados tiveram uma diminuição da frequência do ronco em 36% e de 60% em sua potência, que representa o barulho total do ronco durante a noite.

SONO SAUDÁVEL
Peso, idade e, no caso das mulheres, o período pós-menopausa são alguns dos fatores que levam ao ronco primário ou à piora daquele associado à apneia obstrutiva do sono. Contra a idade e a menopausa não há o que fazer, mas perder peso pode ajudar. Segundo Lorenzi Filho, outras medidas também podem se somar à prática dos exercícios antirronco na melhoria do quadro. Evitar dormir de barriga para cima é uma delas, porque a língua cai para trás e obstrui a faringe. O consumo de álcool e de sedativos também deve ser evitado, uma vez que eles relaxam a musculatura dessa região, favorecendo sua vibração ou colapso.

RISCO CARDÍACO

A apneia obstrutiva do sono é a obstrução parcial ou total das vias aéreas de forma recorrente durante a noite. Na total, a respiração é paralisada por até 10 segundos. A gravidade da apneia é determinada pelo número de paradas da respiração por hora de sono: leve (5 a 15 paradas por hora), moderada (15 a 30) e grave (mais de 30). A diminuição do fluxo de ar para os pulmões e as paradas respiratórias resultam numa menor oxigenação do sangue e em alterações no sistema nervoso autônomo que provocam alterações no metabolismo. Isso pode agravar a hipertensão, a aterosclerose e a obesidade, todos eles fatores de risco para as doenças cardiovasculares, as que mais matam no mundo. Quando conjugados, eles aumentam ainda mais o risco de infarto, AVC e arritmias. O ronco está presente em 70% a 95% dos casos de apneia.

BARULHO INCÔMODO

A garganta do ser humano, especificamente a faringe, é muito estreita. Quando dormimos, sua musculatura tem um relaxamento natural, o que favorece um colapso nessa região, que vibra quando o ar passa por ela. Essa condição fisiológica favorecedora do ronco é agravada no obeso pelo acúmulo de gordura na região do pescoço, que dificulta ainda mais a passagem do ar. Já em pessoas idosas e também nas mulheres depois da menopausa, o ronco é favorecido pela flacidez dos tecidos da faringe, que, sob relaxamento da musculatura durante o sono, vibram na passagem do ar.
FONTE:  Carolina Cotta - Estado de Minas Publicação:15/08/2015