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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

MEDICINA -MAL DE ALZHEIMER - Dr Roberto Goldkorn/ José Campos Filho ( geriatria )



A Doença de Alzheimer é o mal do Século XXI e perderemos muitos parentes com ela, haja visto o envelhecimento asssustador da população brasileira. Mais de 70 % das famílias brasileiras são atingidas pela demência senil. Faça a enquete no site e confira


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SITE : RECOMENDAÇÃO MÉDICA MINHA

http://www.doencadealzheimer.com.br/index.php?modulo=homeE, ao contrário que muita gente acredita, ela não é doença de caducos. É doença de pessoas hoje normais que têm, principalmente, o fator genético no sangue. Não tem cura, tem prevenção. A neuroplasticidade é um dos métodos usados para isto. Leia mais sobre isto. Têm casos na família? Leia seriamente e a fundo o assunto.
Meu abraço,
Dr Nelson Antonio - CRMMG 7609



Mal de Alzheimer

Roberto Goldkorn ( psicólogo e escritor)

Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia "o Infalível". Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo. O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.
Aliás, fico até mais tranqüilo diante do "eu não sei ao certo" dos médicos; prefiro isso ao "estou absolutamente certo de que...", frase que me dá arrepios. Há trinta anos, não ouvia sequer uma menção a essa doença maldita. Hoje, precisaria ter o triplo de dedos nas mãos para contar os casos relatados por amigos e clientes em suas famílias.
O que está acontecendo?
Estamos diante de um surto de Alzheimer?
Finalmente nossos hábitos de vida "moderna" estão enviando a conta?
O que os pesquisadores sabem de verdade sobre a doença?
Qual é o lado oculto dessa manifestação tão dolorosa?
Lendo o material disponível, chega-se a uma conclusão: essa é uma doença extremamente complexa, camaleônica, de muitas faces e ainda carregada de mistérios.
Sabe-se, por exemplo, que há um componente genético. Por outro lado, o Dr. William Grant fez uma pesquisa que complicou um pouco as coisas. Ele comparou a incidência da doença em descendentes de japoneses e de africanos que vivem nos EUA, e com japoneses e nigerianos que ainda vivem em seus respectivos países. Ele encontrou uma incidência da doença da ordem de 4,1para os descendentes de japoneses que vivem na América, contra apenas 1,8 de japoneses do Japão.
Os afro-americanos vão mais longe: 6,2 desenvolvem a doença, enquanto apenas 1,4 dos nigerianos são atingidos por ela.
Hábitos alimentares?
Stress das pressões do Primeiro Mundo?
Mas o Japão não é Primeiro Mundo?
Não tem stress?
A alimentação parece ser sem dúvida um elo nessa corrente, e mais ainda o alumínio. Segundo algumas pesquisas, a incidência de alumínio encontrada nos cérebros de portadores da doença é assustadoramente alta. Pesquisas feitas na Austrália e em alguns países da Europa mostraram que, em atos alimentados com uma dieta rica, o sulfato de alumínio (comumente colocado na água potável para matar bactérias) danificou os cérebros dos roedores de forma muito similar à causada nos humanos pelo Alzheimer.
Pesquisas do Dr. Joseph Sobel, da Universidade da Califórnia do Sul, mostraram que a incidência da doença é três vezes maior em pessoas expostas à radiação elétrica (trabalhadores que ficavam próximos a redes de alta tensão ou a máquinas elétricas). Mas não param por aí as pesquisas, que apontam à arma em todas as direções.
Porém, a que mais me chocou e me motivou a fazer minhas próprias elucubrações foi o estudo das freiras. Esse estudo, citado no livro A Saúde do Cérebro, do Dr. Robert Goldman, Ed. Campus foi feito pelo Dr. Snowdon, da Universidade de Kentucky. Eles estudaram 700 freiras do convento de Notre Dame. Na verdade, eles leram e analisaram as redações autobiográficas que cada freira era obrigada a escrever logo ao entrar na ordem. Isso ocorria quando elas tinham em média 20 anos. Essas freiras (um dos grupos mais homogêneos possíveis, o que reduz muito as variáveis que deveriam ser controladas) foram examinadas regularmente e seus cérebros investigados após suas mortes.
O que se constatou foi surpreendente. As que melhor se saíram nos testes cognitivos e nas redações - em termos de clareza de raciocínio, objetividade vocabulário, capacidade de expressar suas idéias, mesmo apresentando os acidentes neurológicos típicos do Alzheimer (placas e massas fibrosas de tecido morto) não desenvolveram a demência característica da doença. Ou seja, elas tinham as mesmas seqüelas que as outras freiras com Alzheimer diagnosticado (e que tiveram baixos escores em testes cognitivos e na redação), mas não os sintomas clássicos, como os do meu pai. A minha interpretação de tudo isso: não temos muito como controlar todos os fatores de risco apontados como os vilões - alimentação, pressão alta, contaminação ambiental, stress, e a genética (por enquanto). Mas podemos colocar o nosso cérebro para trabalhar.
COMO?
Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida "bandida".
Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo nunca, pois dali, só há um caminho: descer. Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.
Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.
Não existem estudos provando que o Alzheimer é a moléstia preferida dos arrogantes, autoritários e auto-suficientes, mas a minha experiência mostra que pode haver alguma coisa nesse mato.
Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas "bobagens" e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso. Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro. Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum... Preocupante.) Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade. Parodiando Maiakovski, que disse "melhor morrer de vodca do que de tédio", eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.
Dicas para escapar do Alzheimer:
Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões. Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a "aeróbica dos neurônios", é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.
Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios "cerebrais" que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:
- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.
A proposta é mudar o comportamento rotineiro.
Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu cérebro. Vale a pena tentar!
Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado?
Que tal começar agora enviando esta mensagem, usando o mouse com a mão esquerda?


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Doença de Alzheimer

José Campos Filho

Geriatria


A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, sendo o tipo de demência mais freqüente nos pacientes com esse diagnóstico. Nas fases iniciais, afeta a memória, geralmente para fatos recentes, e também outras áreas, como a linguagem, a capacidade de executar tarefas e o raciocínio. Apresenta evolução lenta e progressiva, em geral de vários anos, podendo, em fases mais avançadas, existir total dependência para a realização de atividades como alimentar-se, vestir-se, cuidar da higiene pessoal ou mesmo andar. A doença não é causada por falta de oxigênio no cérebro nem pela “esclerose” dos vasos sangüíneos. A causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que acomete principalmente os idosos, com alterações no cérebro que provocam a morte de neurônios (células cerebrais) e originam disfunção de importante parcela dos neurônios remanescentes. Muitas vezes pacientes e familiares acabam associando perdas nas capacidades prévias com alterações próprias do processo de envelhecimento, o que, de maneira geral, não é verdade. Os indivíduos comprometidos geralmente desenvolvem sintomas lentos e progressivos, como: • Dificuldade para lembrar-se de fatos recentes, mas mantendo intactos fatos ocorridos no passado; • Prejuízo na capacidade de raciocínio, concentração e cálculo, como, por exemplo, dificuldade de controlar as finanças; • Incapacidade para a realização de variadas tarefas rotineiras, que anteriormente fazia sem grandes dificuldades; • A tendência a guardar objetos em locais errados e inapropriados e depois não se lembrar onde os deixou; • Desorientação em relação a datas e localização; • Deixa de reconhecer pessoas próximas e/ou encontra dificuldade com nomes; • Apresenta alterações de humor e de comportamento. O diagnóstico é feito com base no relato que o paciente e a família trazem ao médico sobre os sintomas que o idoso vem apresentando e a avaliação médica em si. Essa avaliação consiste em fazer história médica detalhada, exame físico, testes neuropsicológicos específicos e requisição de alguns exames laboratoriais e de imagem (tomografia de crânio ou ressonância magnética de crânio), para exclusão de outras causas de demência. O diagnóstico de certeza só é possível por meio da análise do tecido cerebral do paciente. No entanto, com base nas informações anteriores, o médico estará apto a fazer o diagnóstico de provável doença de Alzheimer. Atualmente, existe tratamento específico com o auxílio de drogas cujo objetivo é retardar ou estabilizar a progressão da doença, além de medicações que podem levar à melhora das alterações de comportamento e do humor. Mas além do tratamento farmacológico, é fundamental manter o paciente ativo e independente para o maior número de tarefas possíveis em seu cotidiano, o que, conseqüentemente, gera uma melhor qualidade de vida. A doença de Alzheimer é uma condição bastante freqüente nas faixas etárias mais avançadas, comprometendo cerca da metade dos pacientes entre 85 e 90 anos, mas que pode ter seus efeitos catastróficos amenizados ou postergados com o diagnóstico apurado e precoce e conseqüente abordagem adequada pela equipe de saúde, familiares e cuidadores. A doença de Alzheimer é uma condição bastante freqüente nas faixas etárias mais avançadas – comprometendo cerca da metade dos pacientes na faixa etária de 85 a 90 anos, mas que pode ter seus efeitos catastróficos amenizados ou postergados com o diagnóstico apurado e precoce e conseqüente abordagem adequada pela equipe de saúde, familiares e cuidadores.


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