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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

MEDICINA-Anosognosia e Doença de ALZHEIMER... Conscientize-se!


Anosognosia e Doença de ALZHEIMER... Conscientize-se!

Nelson Antonio, médico - CRMMG 7609

A N O S O G N O S I A ( Esquecimento temporário )          
                                                                                                            
Que alívio ter conhecimento disto ! (e que nome mais estranho...)                                                                         
                                                                                                                                             
Já faz algum tempo que andava preocupado porque :                                                                                         
                                                                                                                                             
1.- Às vezes não me recordo de alguns nomes próprios ;                                                                               
                                                                                                                                             
2. -Às vezes esqueço onde deixo algumas coisas ;                                                                                       
                                                                                                                                             
3. - Quando tenho que interromper o pensamento numa conversa, sinto dificuldades em continuar no ponto em que fui interrompido;             
                                                                                                                                             
Enfim, creio que começava a pensar que tinha um inimigo dentro da minha cabeça, cujo nome começa por Alz...                           
Hoje li um artigo que me deixou bem mais tranquilo, por isso passo a transcrever a parte mais interessante :                               
" Se tu tens consciência dos teus problemas de memória, então é porque ainda não tens problemas"                                   
Existe um termo médico que se chama ANOSOGNOSIA, que é a situação em que não se recorda temporariamente de alguma coisa.
Metade dos maiores de 50 anos, apresentam algumas falhas deste tipo, mas é mais um fato relacionado com a idade do que com a doença.                             
Queixar-se de falhas de memória, é uma situação muito comum em pessoas com 50 ou mais anos de idade e se traduz por não recordar um nome próprio, entrar numa divisão da casa e esquecer-se do que ia fazer ou buscar, esquecer o título de um filme, ator , canção, não se lembrar onde deixou os óculos, etc.                                             Muitas pessoas preocupam-se, muitas vezes em excesso, por este tipo de esquecimento. Daí uma informação importante :                  
                                                                                                                                              
"Quem tem consciência de ter este tipo de esquecimento, é todo aquele que não tem problema sério de memória. Todos aqueles que padecem de doença de memória, com o inevitável fantasma de Alzheimer, são todos aqueles que não tem registro do que efetivamente se passa.               
                                                                                                                                             
B. Dubois, professor de neurologia de CHU Pitié-Salpêtrière , encontrou uma engraçada, mas didática explicação, válida para a maioria dos casos de pessoas que estão preocupadas com seus esquecimentos :                                                                                
" Quanto mais se queixam dos seus problemas de memória, menos possibilidades têm de sofrer de uma doença de memória".               
                                                                                                                                             
Este texto é dedicado a  todos os esquecidos que me recordo .                                                                             
Se esquecerem de compartilha-lo, não se preocupem porque não será Alzheimer... e sim os muitos anos que pesam dentro das suas cabeças.                                                         

Perda de memória no idoso


A queixa de dificuldade de memória é uma das mais freqüentes em pessoas idosas, o que não significa, entretanto, sinônimo de perda significativa da mesma. Um estudo realizado na área metropolitana de São Paulo mostrou que 54% das pessoas com mais de 65 anos se queixavam de dificuldade de memória, porém apenas 12% admitiram que essa complicação as prejudicava no dia-a-dia. Isto indica que, embora a reclamação seja freqüente, não tem necessariamente maior implicação clínica.

Pessoas idosas lamentam esquecer fatos ocorridos uma semana antes, mas podem se lembrar de episódios ocorridos em suas infâncias, o que pode ser explicado pela carga emocional diferente em cada acontecimento: possivelmente a pessoa se lembrará com mais facilidade de fatos com forte apelo emocional. Uma outra queixa se refere à repetição da mesma história para a mesma pessoa em diferentes ocasiões, o que pode ser justificado pelo comprometimento da memória contextual: o fato é lembrado, mas não onde foi contado ou ouvido.

A memória de evocação apresenta declínio, com comprovação em testes,2 e se relaciona com a freqüente reclamação de lembrar recados ou trechos de conversa. Outras áreas da memória estão preservadas, como vocabulário, manejo de aparelhos e definição de conceitos, pois são áreas mais sedimentadas.

A história do paciente pode ajudar no detalhamento da queixa de perda de memória, e indicar se ocorre isoladamente ou em conjunto com outras alterações cognitivas. Portanto, deve-se questionar o paciente sobre as atividades do dia-a-dia, como dificuldade em controlar o próprio dinheiro, em localizar-se em ambientes diferentes de sua casa (viagens, visitas), em encontrar palavras corriqueiras, em manter passatempos prévios como leituras e jogos, em realizar pequenos consertos em casa e em manusear aparelhos eletrodomésticos. Quando se verifica alteração em muitos desses itens, faz-se necessária a avaliação mais objetiva desses déficits, por meio de consulta a profissional da área.O profissional buscará, pela história, pelo exame físico, pelos exames subsidiários (de sangue e de imagem) e pelo teste neuropsicológico, subsídios para o diagnóstico correto desse idoso que se queixa de perda de memória.

Entre os diagnósticos possíveis, pode-se concluir que essa pessoa esteja com alteração de memória devido à dificuldade de atenção, decorrente de uso de medicação (principalmente benzodiazepínicos, neurolépticos e antidepressivos). Outra possibilidade para que esteja ocorrendo queixa de memória correlacionada a déficit objetivo na avaliação é haver alteração de afeto, em particular a depressão em suas diversas formas. A depressão, acarretando alterações cognitivas, vem recebendo diversas denominações, e todas salientando as alterações de humor e de afeto com os distúrbios cognitivos, tais como pseudodemência, síndrome demencial da depressão e distúrbio cognitivo-afetivo.

O diagnóstico de declínio cognitivo leve deve ser considerado quando existe um comprometimento de uma área cognitiva, como a memória, porém sem critérios para o diagnóstico de demência. Em relação a uma população sem queixa, alguns trabalhos concluem que o diagnóstico de declínio cognitivo leve pode significar um quadro inicial de demência,3 ou indicar o aumento, em cerca de oito vezes, da possibilidade de desenvolvê-la.4 Já outros estudos afirmam que a alteração cognitiva não é fator de risco,5 o que mostra, portanto, não haver um consenso na literatura. Este artigo ressalta a importância de acompanhamento clínico cognitivo para esses pacientes por um período de tempo prolongado.

O diagnóstico de síndrome demencial é feito quando há comprometimento, suficiente para interferir nas atividades diárias do paciente, da memória e de mais de uma outra área cognitiva (linguagem, praxias, orientação, função executiva, entre outras). Isso se apresenta detectável em exame neuropsicológico.

A principal causa de demência é a doença de Alzheimer (DA) na qual, em cerca de 50-60%, ocorre inicialmente o comprometimento progressivo da memória para fatos recentes, em geral seguida de alteração de linguagem (anomia e afasia). A evolução da doença pode apresentar qualquer outro déficit cognitivo, além de distúrbios de comportamento, como depressão, agitação, delírio, alucinação, atitudes inadequadas, perda de crítica, voracidade e outros sintomas.

Uma outra causa é a demência por corpúsculos de Lewy (DL), em que ocorre alterações cognitivas (demência) associadas a sinais de parkinsonismo precoce e a alucinações (mais visuais e bem estruturadas).6

A demência vascular ou por múltiplos infartos (DV) progride em etapas, ou seja, há um declínio cognitivo percebido nitidamente pelo paciente ou pela família. Nesse caso, os exames por imagem podem corroborar um diagnóstico clínico.

Quando se encontra precocemente um quadro de muita alteração de comportamento, associado a uma síndrome demencial, o diagnóstico pode ser de demência frontotemporal (DFT), uma causa menos freqüente que as anteriores.

Outras causas de demência podem ser diagnosticadas evidenciando o hipotireoidismo, a deficiência de vitamina B12, ácido fólico ou causas infecciosas (sífilis terciária).

Os tratamentos para as demências dependem, portanto, do diagnóstico da sua causa. Atualmente a demência degenerativa como DA recebe tratamento com inibidores de acetilcolinesterase, tentando prolongar o funcionamento colinérgico. Entre as drogas utilizadas comercialmente, a rivastigmina e o donepezil apresentam algum efeito na evolução clínica dessa demência, melhorando cognição e alterações de comportamento, ou mesmo estabilizando os déficits.

O tratamento das síndromes demenciais, com a grande variação de sintomas que esses pacientes apresentam, exige cada vez mais uma abordagem multidisciplinar com médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, voltados no sentido de dar ao paciente, e à sua família, uma melhor condição (qualidade de vida) para enfrentar essas doenças.

O idoso com queixa de memória deve estar atento para esse problema e procurar auxílio profissional, não apenas atribuindo o esquecimento ao chavão popular: “isso é coisa da idade”.

Referências
Brucki SMD, Bertolucci PHF, Okamoto IH, Macedo MBM, Toniolo Neto J, Ramos LR. Consortium to establish a registry for Alzheimer’s disease (CERAD I): aspectos epidemiológicos. Arq Neuropsiquiat 1994;52(Suppl):P-99.
Albert MS, Heller HS, Milberg W. Changes in naming ability with age. Psychol Aging 1987;5:94-102.
Schmand B, Jonker C, Hooijer C, Lindeboom J. Subjective memory complaints may announce dementia. Neurology 1996;46:121-5.
Petersen R. Mild cognitive impairment. American Academy of Neurology. Syllabs-on-cd-rom 51st Meeting- Toronto, Ca 1999.
Flicker C, Ferris SH, Reisberg B. A longitudinal study of cognitive function in elderly persons with subjective memory complaints. J Am Geriatr Soc 1993;41:1029-32. Okamoto IH. Exame neuropsicológico no diagnóstico diferencial das demências primárias. Sílabos do Congresso da Academia Brasileira de Neurologia. São Paulo, Br 1998.

Dr. Ivan H. Okamoto e Dr. Paulo H F Bertolucci
Revista Psiquiatria na Prática Médica vol. 34 n° 4 - 2002

4 comentários:

  1. O reforço, uma demonstração mais clara de certas idiossincrasias, são apontamentos, indicam um caduquice?

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  2. Se tu tens consciência dos teus problemas de memória é então porque ainda não tens problemas

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  3. Se tu tens consciência do se problema de memoria e porque ainda não tens problema de memória

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