Candeeiro-Vida
Nelson Antonio
Perto do Ângelus. A natureza tingindo-se de luto.É hora de encher o candeeiro até a boca. Preparar o pavio de algodão cru. E acender.
A luminosidade se expande gloriosa pela sala de estar. Onde recebemos os amigos. Colocamos as falas em dia, avivadas, acaloradas pela luz. Sombras fortes pelas paredes.
Horas depois, o candeeiro segue pra sala de jantar. Onde a conversa continua,forte, viva, animada ao som de talheres, de mastigações, do gostoso falar de boca cheia, sem sentido.
O candeeiro se esgotando, pra lá do meio, a luz adormecendo sonolenta com o caminhar da noite, languidamente....
Pouco a pouco a conversa se esgota, as bocas se abrem bocejantes, os amigos se vão... O candieiro com sua luz enfraquecida vai repousar no quarto.
Luz fraca, a penumbra na parede, pessoas adormecendo nos leitos, lentamente. Como em sol poente, o candieiro vai-se apagando , imperceptívelmente, já sem forças.
De repente, a escuridão dos quartos...o candieiro vazio.
Como minha vida, consumida. Desiluminada.
Adormecida dentro de todas minhas idades . Idas...
Nelson Antonio
Perto do Ângelus. A natureza tingindo-se de luto.É hora de encher o candeeiro até a boca. Preparar o pavio de algodão cru. E acender.
A luminosidade se expande gloriosa pela sala de estar. Onde recebemos os amigos. Colocamos as falas em dia, avivadas, acaloradas pela luz. Sombras fortes pelas paredes.
Horas depois, o candeeiro segue pra sala de jantar. Onde a conversa continua,forte, viva, animada ao som de talheres, de mastigações, do gostoso falar de boca cheia, sem sentido.
O candeeiro se esgotando, pra lá do meio, a luz adormecendo sonolenta com o caminhar da noite, languidamente....
Pouco a pouco a conversa se esgota, as bocas se abrem bocejantes, os amigos se vão... O candieiro com sua luz enfraquecida vai repousar no quarto.
Luz fraca, a penumbra na parede, pessoas adormecendo nos leitos, lentamente. Como em sol poente, o candieiro vai-se apagando , imperceptívelmente, já sem forças.
De repente, a escuridão dos quartos...o candieiro vazio.
Como minha vida, consumida. Desiluminada.
Adormecida dentro de todas minhas idades . Idas...
Lindo demais! Lembra os serões
ResponderExcluirno sítio de minha avó paterna.
Beeeeeeeeijo. Feliz Natal, poeta
e médico de luz. Mathilde
Bom dia, meu Doutor
ResponderExcluirAdoro e me identifico muito com este poema e
com a música!!!
Sou muito saudosista !!!rrsss
Um grande abraço,
Ângela
Parabéns, Nelson!
ResponderExcluirGostei muito.
Abraço.
Rô