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domingo, 12 de dezembro de 2010

Flores de plástico não morrem jamais...


Flores de plástico não morrem jamais...

nelson antonio


Meu anjo de Luz, alado de ternura e generosidade, obrigado pelo carinho lisonjeado da mensagem -resposta tão sensível, tão você, aqui e no meu celular. Tudo que vem de você é importante para mim mas não tem sentido, ou não tem sido sentido, o que eu dedico às pessoas que eu realmente gosto e admiro. Sou um bobo, talvez uma pessoa que precisa se direcionar melhor na vida, nos seus sentimentos narcisistas à procura de espelhos para idolatrar seu próprio ego. Sou uma sombra de mim à procura de si mesmo...
Como médico social , recebo centenas de bilhetinhos, cartinhas cheias de carência existencial , de pessoas buscando o que eu também busco em minhas escrivinhações: ser acolhido na alma das pessoas que me encantam e me preenchem. Respondo a todas as pessoas com esta mesma generosidade com que você aqui me contempla. Fica minha gratidão e conto-lhe um pouco , um pedaço achado de mim:
Quando minha mãe morreu, ingrata e desgraçadamente era um Dia das Mães, escrevi-lhe na véspera uma longa carta-poesia de amor e despedida e depositei-a no seu ataúde, junto com um ramalhete de rosas vermehas, pois não tive tempo de entregar e dizer à minha mãe, gravemente enferma por 132 dias no CTI do Mater Dei, o quanto eu a amava e desejava vê-la ainda feliz ao nosso lado! Ao vê-la baixada ao túmulo, onde a plantaram no Bonfim, é que senti, afogado na orfandade de minhas lágrimas de dor e sofrimento, no fundo de minha alma o que eu perdia para sempre: a oportunidade única de dizer às pessoas que eu amo o quanto as amava! E assim, desde então, minha poesia também perdeu o sentido pois não tem sentido ou não tem sido sentida, repito-me. Meus versos , como minha vida, são como folhas murchas e ressequidas pendentes de seus vasos de cristal transcorridos poucos dias do oferecimento.Perderam o viço e lá permanecem até serem descartadas na lixeira do abandono e do esquecimento, pois não são de plástico. Tinham o perfume da sinceridade e as cores vivas da benquerença apaixonada.
Às vezes, me acho jogado e esquecido em alguns livros antigos como um ressequido botão de rosa embalsamado pelo tempo. Como agora... quando a gente se desencontra mais uma vez. Parecemos a estória de duas pessoas que estando separadas, cada uma no seu apartamento , decidiram se encontrar para reatar aquele amor intenso e sincero de uma pela outra que tentavam sufocar na solidão de seus corações apaixonados. Sem se avisar, cada uma saiu apaixonada pelas ruas, com um buquê de flores nas mãos, mil sorrisos nos lábios, e com o coração feliz e saltitante indo ao encontro do outro amado. Ao chegar ao apartamento do outro cada um deu com as portas trancadas e sem ninguém que atendesse a campanhia, tocada mil vezes. Depois de meia hora de tentativas, desalentadas, cada uma delas retornou pro seu apartamento com a sensação nítida de que já fôra esquecida e que era melhor esquecer aquele amor ... pois a outra pessoa devia estar na dela, talvez envolvida com um novo amor. Foi assim que dois amores se perderam pela vida e eu, que escrevinho esta minha estória, tenho os olhos tristes e marejados pois em toda minha vida só tive tristes desencontros ... como o nosso. Gosto tanto de você que chega a doer... Eu te adoro, sou mas não tenho uma grande paixão. C'est la vie...
Um beijo triste procê. Quando estiver triste, pense nele. Talvez se reconheçam...pois o verso é seu!
nelson antonio, aprendiz de gente

Um comentário:

  1. ...Penso sempre nele e também que eu queria ter a rosa que você é!

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