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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

De joelhos...




De joelhos...


Nelson Antonio



Mais uma vez
De joelhos ralados,
Com a cabeça entre as mãos,
Cotovelos esfoliados,
Eis-me no chão da vida
Enquanto todos passam ruidosamente
A se rir de mim,
O seu palhaço favorito.

Amigos, mulher, amada, filhos...
Quem pode entender o não estender de mãos,
O riso sarcástico que escapolem do canto dos lábios,
A alegria dos cães que vêm me lamber as feridas?

Só eu e minha dignidade!
Ergo os olhos para o Céu,
Me aprumo, me conserto e entre aplausos estupefatos
Me transfiormo em pássaro e me lanço ao ar como um grito
Em voo disparado rumo ao infinito

Até esborrachar-me totalmente em Itabirito .

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